domingo, 20 de abril de 2008

Academia nossa de cada dia...

Litros e mais litros de suor... Ela pingava como um lutador de sumô... Fiquei assustado com a presença de tantos líquidos. Perguntei a mim mesmo: É possível? E ela estava lá, suando no elíptico, como se quisesse chegar a algum lugar. Jesus Cristo! Ela poderia sanar a seca do nordeste! Todos os domingos marcava presença: uma toalha que não dava conta do recado, uma garrafa de 600 ml de coca-cola, possivelmente ela já havia tomado antes de entrar na academia, e um aspecto de fim de churrascaria. Esses tipos são comuns em academias, mas há outras variações: o malhadinho, a loira gostosa, a dona de casa, o idoso, a senhorinha que tanto faz como tanto fez (15 calorias por hora), a séria (está todos os dias na academia de corpo e alma), profissionais liberais e os que correm maratonas. Todos, todos eles, procuram chegar a algum lugar, mas a singela tentação de uma sobremesa, coloca todo o trabalho a perder. Ainda há os instrutores... alguns gordos (se a "propaganda é alma do negócio", eles estão fudidos...), outros magrelos, malhados, acima do peso, enfim... Ficam olhando para cada exercício errado que você faz, mas, se engana o caro leitor, eles não irão te orientar! De qualquer forma, seguimos correndo na esteira. Os pesos já pedem mais e mais. Aí escuto uma frase de incentivo: "Vaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiii!!! Eu quero ver dooooor!" - Já dizia um antigo professor de malhação. Qual é o corpo ideal? Definir ou Bombar? Eis a questão! A corrida para o corpo perfeito não pára por aqui: plásticas em 36x sem juros, uma puchadinha aqui, outra ali... no mesmo dia você sai do hospital! O cúmulo disso tudo é o malhado-sedentário: vai de casa até a "pista" (geralmente a USP ou avenidas arborizadas) de carro, tira sua "bike" de $$$$$$$$ e começa a correr como se estivesse em um autódromo. Vida loca! São Paulo-sem-noção! Jesus, parafrasiando sua sabedoria, diria nos tempos de hoje: "Diga como tu malhas e direis quem és!".